Na terça-feira passada, dia 1 de março, entrou em vigor o decreto do governo federal que estabelece a unificação de documentos de identificação dos brasileiros. Uma só carteira de identidade vai substituir, por exemplo, os tradicionais RG, CPF, carteira de trabalho e título de eleitor. O número que vai prevalecer é o do CPF.
No mercado de ações, quem se beneficia da novidade é a Valid (VLID3), uma empresa de impressão de documentos, que acumula uma valorização de 31% desde o início do ano e de 11% nos últimos sete pregões, embora estivesse em queda de 6,15% no pregão desta sexta-feira (4), por volta das 12h15.
Em relatório distribuído a clientes nesta sexta, a Genial Investimentos afirmou que o avanço da Valid no ano está relacionado, em parte, ao novo documento unificado lançado pelo governo brasileiro, em decreto assinado no último dia 23 de fevereiro pelo presidente Jair Bolsonaro.
Como será feito de um material mais caro que o do antigo papel utilizado nas identidades, o novo documento poderá ser cobrado, ao contrário do RG atual, que é gratuito.
“Com preço quase que três vezes maior e margens melhores, acreditamos que as receitas unitárias da Valid por RG emitido poderão ser incrementadas, potencialmente melhorando também as margens da empresa”, afirma a Genial.
Além disso, a corretora vê uma chance para a empresa aumentar seus negócios com produtos de maior valor agregado, como biometria.
O outro fator que tem beneficiado a subida das ações é o “bônus de subscrição” da Valid. O bônus é um título que empresas de capital aberto oferecem aos acionistas. Na prática, permite ao acionista uma preferência de compra em novas ações emitidas pela companhia.
Atualmente, o bônus da companhia de documentos é de R$ 10,67, e, segundo a Genial, o preço passou a ser considerado atrativo.
“O exercício tinha que ocorrer o dia 3 de março. Neste dia, a Valid fechou em R$11,87, alta de 11,3% no dia. Caso a totalidade dos bônus fosse exercida, a companhia poderia captar R$ 115,2 milhões”, afirmou a Genial.
A operação de aumento de capital de R$ 100 milhões de Valid deu aos acionistas um bônus de subscrição por cada ação adquirida na operação. O bônus dava o direito de participar de um novo aumento de capital.
Caso a ação estivesse cotada abaixo de R$ 10,67 no dia do primeiro exercício (3 de março), não faria muito sentido aos acionistas realizar a subscrição, avalia a corretora. Para a Genial, eles estariam “pagando mais caro por uma ação que está mais barata no mercado”.
“Como a ação até o dia 2 estava cotada abaixo do preço de exercício era pouco provável que o aumento de capital fosse sair”, complementa a corretora.
Veja a performance das ações da Valid na B3 desde o início de 2022:
