A Rumo (RAIL3), empresa que atua com logística e malhas ferroviárias, registrou prejuízo líquido de R$ 384 milhões no quarto trimestre do ano passado. No mesmo período anterior, a companhia havia obtido lucro líquido de R$ 3 milhões.
No ano, a companhia reduziu praticamente à metade o lucro alcançado em 2020. O montante passou de R$ 305 milhões para R$ 156 milhões.
A queda em 2021 ocorreu, segundo a empresa, devido à quebra da safra do milho, uma das principais mercadorias transportadas pela Rumo, junto com a soja. No quarto trimestre do ano passado, houve queda de 22% na movimentação do milho, em relação ao mesmo período anterior.
Além disso, o açúcar transportado caiu 33,3% nos últimos três meses de 2021. Por outro lado, os produtos industriais movimentados aumentaram 2,3%, na mesma comparação.
No quarto trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) alcançou R$ 419 milhões, uma queda de 45% no comparativo com os mesmos meses de 2020, quando somou R$ 757.
A companhia afirma que o resultado foi pressionado pelo aumento do custo variável, principalmente com combustível, e pela pressão de inflação sobre os custos fixos.
No ano, o Ebitda atingiu R$ 3,35 bilhões, queda de 8,6% quando comparado a 2020. O resultado deveu-se à compressão de margens, com o menor volume de milho, em decorrência do cenário de quebra de safra, segundo a Rumo.
Mas o volume movimentado no quarto trimestre foi de 15,88 bilhões de toneladas útil por quilômetro (TKUs), um recorde para a Rumo. “A quebra da “safrinha” do milho, que reduziu em mais de dez milhões de toneladas o mercado potencial da Rumo, não nos impediu de fazer o maior volume da nossa história”, afirma a companhia em comunicado.
A receita operacional líquida da companhia foi de R$ 1,51 bilhão no quarto trimestre, uma queda de 13% na comparação com o igual trimestre anterior, onde foi registrado R$ 1,62 bilhão. No ano, o montante somou R$ 7,44 bilhões, em linha com o registrado em 2020.
A empresa apresentou no último trimestre de 2021 um endividamento líquido de R$ 9,38 bilhões, crescimento de 4,8% no comparativo com o mesmo período de 2020.
Projeções
A Rumo espera que o ano seja recorde na safra da soja, principalmente nos estados de Mato Grosso e Goiás. “Com relação ao mercado de soja em 2022, segundo as projeções da Agroconsult, o Brasil deverá ter uma safra de 127 milhões de toneladas, das quais 78 milhões devem ser exportadas”, afirma a companhia de logística.
Com isso, a empresa projeta uma produção recorde, em torno de 111 milhões de toneladas, das quais, aproximadamente 34 milhões devem ser destinadas à exportação, o que representaria um aumento de 62% em relação a 2021.
A projeção da Rumo é ampliar o Ebitda em 28%. A companhia informa também que planeja reduzir os investimentos em obras e materiais rodantes em até 19%. Em 2021, o grupo investiu R$ 3,453 bilhões. Em 2022, prevê que o valor fique entre R$ 2,7 bilhões e R$ 2,9 bilhões.
Já os volumes transportados deverão ficar entre 72 bilhões e 76 bilhões de TKUs. Em 2021, a marca foi de 64 bilhões de TKUs.
