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Sequência de surpresas positivas na economia tem prazo de validade – o que marcou a semana

Semana é marcada por Superquarta, dia que concentra as decisões referentes às taxas básicas de juro do Brasil e dos Estados Unidos

Foto: Shutterstock

A atividade econômica foi, novamente, responsável por uma surpresa em setembro – e ela foi positiva. O IBC-Br, indicador elaborado pelo Banco Central, ficou acima das expectativas. O índice cresceu 1,17% em julho na comparação com junho, mais que o dobro em relação à alta de 0,5% estimada pelo mercado.

No início de setembro, os investidores já haviam ficado impressionados com o crescimento acima do previsto do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre. O indicador apontou alta de 1,2% em relação ao intervalo de abril a junho de 2021. A expectativa era de um percentual ligeiramente inferior, de 1%.

Este foi o quarto crescimento trimestral consecutivo da atividade econômica, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No primeiros três meses deste ano, a expansão foi de 1,1%. No quarto trimestre de 2021, a alta somou 0,8%, e havia sido precedida por variação positiva de 0,1% no intervalo de julho a setembro do ano passado.

Os sinais até aqui são de uma economia em expansão e plena recuperação do período mais sombrio da pandemia de Covid-19, mas este avanço – reforçado pelos números recentes do IBC-Br – deverá encontrar uma barreira logo à frente.

O motivo é a chegada do efeito total da alta de juros iniciado em 17 de março de 2021 no dia a dia do consumo das famílias e dos investimentos do setor empresarial.

Daquele dia até agora, a taxa básica de juros brasileira, a Selic, aumentou em quase sete vezes, passando de 2% para 13,75% ao ano. No entanto, o próprio Banco Central calcula que há um atraso de aproximadamente seis meses entre o aumento dos juros e o impacto econômico dessa elevação.

Ou seja, se a instituição de fato tiver realizado o último aumento de juros em agosto, o efeito disso será sentido na íntegra só no início de 2023.

E isso já entrou na conta do mercado. A Fitch, por exemplo, revisou para cima a previsão de avanço econômico brasileiro em 2022, de 1,4% para 2,5%, mas fez a mudança olhando para trás, tendo como base o desempenho visto nos últimos trimestres. Para 2023, a agência de classificação de risco passou a esperar um crescimento menor.

O Boletim Focus desta semana mostrou que a mediana das expectativas é de crescimento de 2,39% neste ano – ante estimativa de 2,26% apresentada na segunda-feira (5) – e de 0,50% em 2023 – projeção anterior era de 0,47%.

Veja os destaques da Agência TradeMap na semana.

Como ficam os dividendos da Petrobras no segundo semestre?

O pagamento de R$ 87,8 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio pela Petrobras, referentes ao intervalo de abril e junho, implicou um dividend yield (retorno com dividendos) de 21,69% de acordo com cálculos do TradeMap. Mas a queda do preço do petróleo e a receita menor com venda de ativos devem reduzir o retorno dos acionistas com pagamento de proventos no segundo semestre deste ano.

Por que a crise atual na Europa é pior do que mercado pensa

A crise de energia na Europa é pior que o choque do petróleo da década de 1970 e provocará uma recessão “profunda” na região, segundo o BlackRock Investment Institute (BII), braço de análise de uma das maiores gestoras do mundo. Segundo a instituição, a União Europeia gasta quase 12% do PIB (Produto Interno Bruto) com energia. Esse índice é maior que o de 10% do auge da última grande crise provocada pelo aumento nos preços do petróleo.

Veja cinco empresas com avanço fora da curva

Cinco ações integrantes do Ibovespa tiveram os únicos desempenhos positivos de seus segmentos nos últimos 12 meses, marcados pelo processo inflacionário, alta da taxa de juros no Brasil e arrefecimento no preço das commodities. A Arezzo, que passou a fazer parte do principal índice da Bolsa neste mês, é uma delas. Confira a análise com as demais.

Construtoras lançam mais e vendem menos

O ambiente de taxas de juros altas, que eleva as taxas de financiamento imobiliário, vem pesando sobre a demanda por imóveis. Isso, porém, não tem impedido que as construtoras continuem lançando empreendimentos – e uma das consequências desse descompasso entre oferta e demanda é o crescimento dos estoques de imóveis prontos. A tendência foi amplamente percebida nos resultados das companhias no segundo trimestre.

A carteiras dos fundos-tubarões

Levantamento feito com base na ferramenta de comparação do TradeMap mostrou que os renomados fundos de ações das gestoras Dynamo, Bogari Capital, Squadra Investimentos e Atmos Capital estão entre os mais rentáveis do mercado brasileiro. Em abril – dado mais recente disponível na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – todos tinham uma ação em comum nas carteiras: a operadora de planos de saúde Hapvida (HAPV3).

Preço da celulose sobe, mas por que Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) caem?

Suzano e Klabin têm apresentado queda no acumulado do ano, de 24,2% e 23,7%, respectivamente, mesmo com a alta do preço da celulose no período. Na visão do analista de commodities da Western Asset, Patrick Conrad, existe uma expectativa do mercado de recuo no preço da celulose, após ter subido substancialmente entre 2021 e o início deste ano.

Nubank dá adeus à B3

A Nu Holdings (NUBR33), controladora do Nubank, informou que irá abandonar a listagem de seus BDRs nível III na B3. Segundo o fato relevante divulgado dc quinta-feira (15), a decisão foi tomada pelo conselho de administração da empresa. A descontinuidade do registro no Brasil – foi justificada pelo Nubank com a maximização da eficiência e minimização de “redundâncias consequentes” da listagem em mais de um país.

Agenda da semana

A agenda desta semana é marcada pela Superquarta, o dia em que o Fomc e o Copom, comitês de política monetária do Federal Reserve (Fed), dos Estados Unidos, e do Banco Central do Brasil, respectivamente, se reúnem e definem os rumos da taxa básica de juros.

No Brasil, a expectativa é que o ciclo de alta da Selic tenha se encerrado e a autoridade monetária decida apenas manter os juros em 13,75% ao ano.

Já nos EUA, a maioria das estimativas é de alta da taxa em 0,75 ponto percentual. Se assim definido, os juros americanos contarão, neste ano, com três elevações seguidas neste patamar. A taxa está entre 2,25% e 2,50% ao ano.

O motivo para a manutenção de ritmo forte do aperto monetário é a inflação. Depois de um cenário parecer um pouco mais propício para a desaceleração da elevação da taxa em julho, os dados mais consistentes que Jerome Powell, presidente do Fed, havia pedido para melhor embasar a decisão parecem ter chegado nesta semana.

O CPI (índice de preços ao consumidor), divulgado na terça-feira (13), mostrou um avanço de 0,1% nos preços em agosto ante julho, versus uma queda de 0,1% esperada pelo mercado. A decepção foi reforçada pela alta de 0,6% registrada no núcleo da inflação, o dobro do estimado.

A atenção à inflação também continua a pautar as decisões do BoE, banco central inglês. A autoridade monetária toma uma decisão a respeito do patamar dos juros básicos na próxima quinta-feira (22). O encontro teria ocorrido nesta semana, mas foi adiado por causa da morte da rainha Elizabeth II.

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