Tenda (TEND3) e Plano & Plano (PLPL3) sobem com programa habitacional de SP

As ações de duas construtoras que atendem o público de baixa renda sobem nesta sexta-feira (3), repercutindo a expectativa com o programa Pode Entrar, programa de moradia popular projetado pelo governo municipal de São Paulo, semelhante ao Minha Casa Minha Vida, do governo federal.

Por volta das 15h15, os papéis da Tenda (TEND3) lideravam o grupo, com disparada de 4,74%. No mesmo segmento, Plano & Plano (PLPL3) subia 2,65%. Já na direção oposta, MRV (MRVE3) e Direcional (DIRR3) iam na direção oposta, com perdas de 0,71% e 1,34%, nesta ordem. 

A iniciativa da prefeitura da capital teve adesão de 56 empresas, entre elas as quatro citadas acima, totalizando a oferta de 104 mil imóveis, mais do que o dobro das 40 mil unidades previstas inicialmente. 

O programa prevê pagamento de 5% do projeto no início, com o restante repassado conforme a evolução da obra. Os projetos devem ser selecionados pela prefeitura nas próximas semanas.

Para o BTG Pactual, a medida pode ser um divisor de águas para algumas companhias. No caso da Tenda, os analistas Gustavo Cambauva, Elvis Credendio e Bruno Tomazetto ressaltaram que a empresa pode amenizar parte da sua alavancagem com os recursos.

Segundo dados do terceiro trimestre do ano passado, a Tenda tinha uma alavancagem de 54% em setembro, indicador que calcula o quanto a dívida líquida corporativa representa do patrimônio líquido da companhia, bem acima dos 11% anotados em setembro do ano anterior, mas abaixo dos 80% estabelecidos como limite pelos credores. 

Os analistas indicaram que a empresa ofertou 7,45 mil residências, totalizando R$ 1,51 bilhão – o equivalente a 60% dos lançamentos previstos para 2023. 

O número é semelhante da Plano & Plano, que fez oferta de 7,82 mil unidades, com soma de R$ 1,5 bilhão. A MRV indicou a construção de 6,25 mil habitações, total de R$ 1,13 bilhão, enquanto a Direcional ofertou 3,09 mil unidades, com toma de R$ 636 milhões.