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Minerva (BEEF3) acelera expansão internacional e aumenta capacidade produtiva em 3 vezes

Companhia conquista espaço no mercado australiano após adquirir frigorífico de ovinos e deve ter melhores resultados pela frente

Foto: divulgação

A Minerva (BEEF3) anunciou na noite de quinta-feira (20) a aquisição de um dos principais processadores de ovinos, a Australian Lamb Company por US$ 260 milhões, o equivalente a R$ 1,3 bilhão.

A aquisição será realizada por meio de uma parceria com a SALIC, no qual o Minerva terá uma participação de 65% no negócio. Desta forma, a empresa deverá desembolsar proporcionalmente a participação, cerca de US$ 169.

Contando carneirinhos

A Minerva já havia entrado no segmento de ovinos em 2021, após aquisição das unidades frigoríficas Sharke Lake e Great Eastern Abattoir, também localizadas na Austrália. A Australian Lamb é outra aquisição no segmento e deve aumentar a capacidade produtiva em 3,78 milhões de ovinos (carneiros e cordeiros.

O negócio irá incrementar em mais de três vezes a capacidade de produção, totalizando 4,78 milhões de abates anuais. Para efeito de comparação, o volume representa cerca de 15% do total de ovinos abatidos no mercado australiano, incluindo a produção de outros integrantes do setor.

Para a companhia, a aquisição representa um grande passo no mercado internacional de frigoríficos, uma vez que 93% das vendas são advindas de exportação para mais de 70 destinos internacionais.

Além disso, o fato de o Minerva já atuar no segmento e na região, com o Sharke Lake e o Great Eastern Abattoir, cria uma vantagem operacional, já que a gestão tem conhecimento do negócio. Portanto, a sinergia e os benefícios, como redução de custos e maior geração de caixa, devem ser aceleradas.

Impacto nos resultados

A aquisição não deve complicar a vida financeira da Minerva, uma vez que a capacidade de a empresa gerar caixa é maior que o desembolso do investimento.

No acumulado dos últimos 12 meses a empresa registrou um Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 2,8 bilhões, valor que é duas vezes maior que o montante investido pela companhia na compra da Australian Lamb Company.

Além disso, a empresa reportou R$ 6,2 bilhões em recursos disponíveis para o curto prazo, ou seja, o caixa está robusto e preparado para lidar com eventuais gastos advindos da aquisição, a exemplo de mudanças operacionais, reformas e aquisição de novas máquinas.

Considerando esses pontos, o negócio deve ter pouco impacto no endividamento da empresa no curto prazo. Porém, em um horizonte mais longo, a maior geração de caixa deve reduzir a alavancagem de 2,3 vezes registrada no segundo trimestre.

Segundo a Minerva, a receita líquida da Autralian Lamb somou cerca de R$ 2,2 bilhões, e o Ebitda foi de R$ 270 milhões no período de 12 meses encerrados em junho deste ano.

Dessa forma, a capacidade de geração de caixa da companhia deve aumentar em 9,6%, o que reduziria a alavancagem para 2,15 vezes. Esse efeito viria apenas daqui a um ano, quando incrementado o valor de Ebitda aos resultados do Minerva.

Além disso, o retorno do investimento se daria em pouco mais de três anos só com a geração de caixa da nova aquisição, baseado com o Ebitda esperado, de R$ 270 milhões de retorno ao ano.

O retorno previsto em três anos mostra que a empresa estaria investindo por um retorno aproximado de 32% por ano, excluindo impactos de inflação e juros. Portanto, o Minerva pode ter pagado barato pela australiana.

Nada mal quando comparado com a taxa de risco livre, que é mensurada pela taxa básica de juros atual de 13,75%. Este risco é dado pelo possível retorno de um investimento em renda fixa considerado o mais seguro, portanto, um ativo “livre de risco”, mesmo que haja algum. Ou seja, a aquisição estaria criando valor para a Minerva e acionistas.

Esses valores – o incremento R$ 2,2 bilhões em receita e de R$ 270 milhões em Ebitda – são apenas projeções. É claro que para números mais precisos é necessário incluir outras variáveis, além de considerar possíveis alterações de acordo com a velocidade e qualidade da sinergia gerada entre as operações.

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