De olho no combate à maior inflação em quatro décadas, o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, decidiu nesta quarta-feira (27) voltar a elevar os juros americanos em 0,75 ponto percentual, ao intervalo entre 2,25% e 2,50% ao ano.
A decisão era esperada pelo mercado, que chegou a precificar um aumento ainda maior na taxa, de 1 ponto percentual, mas reduziu as projeções após dados sinalizarem que o aperto monetário já vem reduzindo a atividade na maior economia do mundo.
Todos os membros do Fomc, colegiado de política monetária do Fed, votaram a favor de manter o ritmo de aumento de 0,75 ponto.
“O comitê continuará a monitorar as implicações da divulgação de informações para o cenário econômico. O comitê está preparado para ajustar o passo da política monetária se surgirem riscos que possam impedir os objetivos do comitê”, afirma o comunicado da decisão.
As bolsas americanas aumentaram os ganhos após a decisão. Por volta das 15h27, o Dow Jones subia 0,41%, o S&P 500 ganhava 1,47% e o Nasdaq tinha alta de 2,68%.
O Fed está aumentando rapidamente os juros dos EUA desde o início deste ano, para tentar controlar uma alta de preços que, nos 12 meses encerrados em junho, atingiu 9,1% – a maior leitura desde novembro de 1981.
Na reunião do Fomc (colegiado de política monetária do Fed) do mês passado, a instituição já havia elevado os juros em 0,75 ponto.
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Indicadores recentes vem mostrando sinais preliminares de fraqueza da economia americana, o que já faz muitos investidores a apostarem em uma desaceleração do ritmo de altas nas próximas reuniões.
PIB em queda
Uma atividade mais fraca já foi notada no primeiro trimestre deste ano, quando, em meio ao avanço da variante Ômicron do coronavírus e a invasão da Ucrânia pela Rússia, a economia americana apresentou queda em relação ao último trimestre de 2022.
Dados referentes ao segundo trimestre vão ser publicados pelo governo do país nesta quinta-feira (28). O Fed de Atlanta, por exemplo, calcula que no período a economia americana pode ter encolhido 1,6%.