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Endividamento alto pesa e consumidor vai comprar menos no Natal, aponta pesquisa

Instituto Locomotiva mostra intenção dos brasileiros em reduzir gastos e usar recursos do Auxílio Brasil para pagar dívidas

Foto: Shutterstock/non c

O nível elevado de endividamento das famílias deve afetar as compras de final de ano. João Paulo Cunha, diretor de pesquisas do Instituto Locomotiva, explica que as famílias estão usando recursos adicionais e reduzindo os gastos para quitar dívidas, o que deve resultar em um Natal mais modesto.

“A gente já vê esse cenário do varejo menos positivo do que imaginávamos no início do ano. O efeito do Auxílio Brasil não foi o que esperávamos e agora há mais famílias declarando que vão reduzir o consumo”, disse durante apresentação de pesquisa sobre endividamento feita em parceria com a MFM Tecnologia.

Em setembro, as vendas do varejo cresceram 1,1% na comparação com agosto. Nos nove meses do ano, o setor acumula aumento de 0,8% e, nos últimos 12 meses, queda de 0,7%, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Auxílio Brasil

Para Cunha, a expectativa era de um varejo mais dinâmico após o Auxílio Brasil passar de R$ 400 para R$ 600, em agosto. Esse valor está garantido até dezembro, mas a equipe de transição do governo eleito trabalha para que os R$ 600 se tornem permanentes.

Mas a pesquisa divulgada nesta quarta-feira mostra que 60% dos beneficiários estão utilizando parte dos recursos para o pagamento de dívidas.

E dívida é o que não falta. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) aponta que o nível de famílias endividadas está em patamar recorde, 79%. Além disso, 30% das famílias estão inadimplentes, ou seja, não pagaram alguma conta na data de vencimento.

O levantamento da Locomotiva e MFM mostra ainda que para ter uma sobra de recursos para conseguir pagar as dívidas, 40% dos endividados estão dispostos a cortar os gastos. Já uma parcela de 29% aposta na melhora da economia para conseguir quitar os débitos.

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Outro dado revelado pela pesquisa, é que entre os inadimplentes, apenas 25% acreditam que irão conseguir quitar suas dívidas, ante os 37% registrados na pesquisa de 2021.

De acordo com Cunha, no ano passado, os brasileiros estavam otimistas com a perspectiva de fim da pandemia e retomada das atividades, o que abriria espaço para uma melhora das condições financeiras. No entanto, isso não se confirmou.

O primeiro semestre foi marcado pela aceleração da inflação, que comprometeu parte da capacidade dos brasileiros em pagar as dívidas. Além disso, a desaceleração dos preços pode até ser sentida no bolso, mas não significa sobra de recursos para arcar com os compromissos financeiros.

 

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