O índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos avançou 0,5% em janeiro, em linha com o esperado pelo mercado, segundo dados divulgados nesta terça-feira (14) pela secretaria de estatísticas trabalhistas (BLS).
O núcleo de inflação (medida que exclui preços de alimentos e energia, que são mais voláteis) avançou 0,4%. Nos dois casos, o aumento veio em linha com o esperado por analistas de mercado.
Após mais de uma semana de mau humor com os dados do payroll – o dado de mercado de trabalho americano veio muito melhor do que o imaginado, prenunciando juros altos por mais tempo – os investidores aguardavam o dado de inflação para calibrar expectativas para juros.
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A criação de mais de 500 mil empregos americanos, apontada no relatório do payroll de janeiro, foi quase três vezes maior do que o mercado esperava e sacudiu a ala do mercado que acredita que o Federal Reserve conseguirá cortar a taxa básica de juros dos Estados Unidos ainda neste ano.
Serviços pressionam
“O principal motor de pressão para a inflação americana vem do setor de serviços, que continua sendo puxado por um mercado de trabalho aquecido, o que tende a elevar salários acima da produtividade”, aponta Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank. “Além de serviços em geral, aluguéis ainda pesam sobre o índice, mas devem começar a ceder à frente, já que acompanham com alguma defasagem preços de imóveis que estão diminuindo há algum tempo.”
A especialista em economia internacional lembra que a inflação de bens está baixa, consequência da reorganização das cadeias globais de produção e queda nas cotações das commodities.
“Acreditamos que inflação de serviços deve permanecer pressionada pelo mercado de trabalho nos próximos meses, levando a autoridade monetária a promover mais dois aumentos consecutivos de 25 pontos-base nas próximas reuniões”, apontou em relatório.