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Lula fala, PEC da Transição e tensão geopolítica – veja o que importa hoje

Texto da PEC poderá ser conhecido hoje; índices futuros americanos operam mistos na manhã desta quarta

No dia seguinte ao feriado da Proclamação da República, o mercado brasileiro retorna às negociações de olho no tamanho da licença para gastar que será aberta pela PEC da Transição, que pode ser conhecida hoje. Acompanha ainda um pronunciamento do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva na COP27 e os desdobramentos da tensão geopolítica ampliada entre Rússia e Otan.

Ontem, o índice Dow Jones Brazil Titans 20 ADR, que reúne os recibos das 20 maiores empresas brasileiras negociadas nos EUA, fechou em alta de 0,70%, e as bolsas americanas também encerraram o dia no azul, com o PPI (índice de preços ao produtor) mostrando uma alta menor do que a projetada em outubro.

Esse cenário de otimismo pode ser abalado pelas discussões em torno da PEC. Em reunião com Lula, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), teria sinalizado que a casa concorda com a retirada do Bolsa Família do teto de gastos por um período de quatro anos.

A expectativa é que a proposta abra entre R$ 130 bilhões (segundo a Bloomberg) e R$ 175 bilhões (de acordo com a Broadcast) em despesas fora do teto. A grande dúvida do mercado é se o programa social poderá ser de fato excluído por um longo tempo da âncora fiscal, o que reforçaria o temido cenário de descontrole fiscal.

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Todos os olhos também estarão voltados para um pronunciamento de Lula na COP27, marcado para 12h15. A fala será acompanhada com atenção porque o presidente eleito ainda não anunciou nenhum nome para o seu ministério.

A grande dúvida dos investidores é sobre a Fazenda – segundo Natuza Nery, da Globonews, o nome do ex-prefeito Fernando Haddad (pior cenário na visão do mercado) voltou a ganhar força após reunião entre ambos. Já uma apuração da Folha aponta que a possibilidade do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin assumir a pasta voltou a ser ventilada.

Tensão geopolítica

Lá fora, os mercados monitoram a notícia de que um míssil de fabricação russa atingiu a Polônia, matando duas pessoas ontem. Nesta terça, as bolsas gringas reagiram com volatilidade ao fato, que leva o conflito entre Rússia e Ucrânia ao território da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), com potencial de agravar ainda mais a tensão geopolítica na região.

Mesmo assim, os principais índices americanos fecharam em alta ontem, com autoridades americanos sinalizando que o ataque pode não ter sido causado pelos russos. Segundo a Associated Press, os mísseis podem ter sido disparados por forças ucranianas, e o próprio presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que há informações iniciais que contestam que a Rússia teria causado o ataque.

Ontem, a informação de que o índice de preços ao produtor mostrou uma alta menor do que a projetada em outubro animou os mercados, reforçando um cenário em que a inflação americana já atingiu o pico e reduzindo as expectativas de juros maiores lá na frente.

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Por outro lado, nesta quarta Esther George, presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA) de Kansas City, afirmou que pode não ser factível baixar a inflação dos EUA sem recessão.

Por volta das 8h25, os índices futuros americanos operavam mistos: o Dow Jones subia 0,03%, o S&P 500 caía 0,03% e o Nasdaq operava em queda de 0,14%. No mesmo horário, o índice europeu EuroStoxx 50 caía 0,60%.

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